segunda-feira, novembro 24, 2008

Opinião de uma Advogada




Já que muitos jornalistas e comentadores
defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho
que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros,
juízes, etc.).

Se é suposto compreenderem o que está
em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma
outra profissão, os médicos.

A carreira seria dividida
em duas:

Médico titular (a que apenas um terço dos
profissionais poderia aspirar) e Médico.

A avaliação
seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular
teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados,
verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes
observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a
cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e
respectiva análise relativa aos pacientes.

O médico
teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar,
etc.
A morte de qualquer paciente, ainda que por razões
alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os
casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de
doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma
todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou
cirurgia estética...

Poder-se-ia estabelecer a analogia
completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão
dificuldade em levar o exercício até ao fim.

A questão
é saber se consideram aceitável o modelo?

Caso a
resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a
todas as profissões?


Será???!!!

Já agora...


Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da
República e pelos (des)governantes...

Como está escrito no topo, é opinião de uma advogada... Qual será a vossa?

3 comentários:

mãe de dois disse...

o SIADAP que é o sistema de avaliação da administração publica não é muito diferente e igualmente irreal e absurdo. Só para dar uma ideia, a penalização por não atingir os objectivos, por razões alheias ao avaliado, existe e ainda pior: há quotas para as melhores classificações, ou seja, não pode haver mais que n percentagem de funcionários excelente - podemos ser as duas muito boas no que fazemos mas só uma de nós pode ser excelente.

Sandra Rodrigues disse...

Exacto, é completamente irreal como dizes , só os grandes senhores não conseguem ver isso, lá está se calhar deviam ser avaliados dessa forma para sntirem na pele... e excelentes no governo seriam ZERO.

Anónimo disse...

Como funcionaria pública sou avaliada todos os anos,já não tenho o Muito Bom que sempre tive,agora tenho somente Bom porquê?,não sei faço rigorosamente o mesmo que fazia ou ainda mais pois agora temos que ser polivalentes,ou seja tapar buracos quando alguma colega falta lá vai o tapa buracos enfim somos o que eles querem que sejamos.
Quanto à avaliação dos professores é mais uma vergonha é como diz a Sandrina só os grandes senhores não querem ver.Por vezes sinto-me triste e revoltada porque lutei por um país melhor, sim porque foi a minha geração que deu força ao tão saudoso 25 de Abril e agora o que somos? fardos inúteis ainda temos que trabalhar mais pois somos novos para a reforma que fazer?
Desculpa o desabafo.
Avó d'a Alice